quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Resenha: Post Mortem - Black Tide


Black Tide  - Post Mortem


   Em 2004 ,em Miami, a banda “ Radio” – atual “Black Tide” , formada  pelo atual guitarrista e vocais da banda Gabriel Garcia e seu irmão mais velho Raul Garcia , que recrutou um segundo guitarrista, Alex Nuñez (posteriormente, ocorre a entrada de  Zachary "Zakk" Sandler  - baixista, e Steven Spence  - baterista ) , começou a afiar as garras produzindo uma sonoridade inspirada no Heavy Metal clássico oitentista.  Mesmo sendo muito jovens , o talento dos músicos latinos – excetuando-se “Zakk” – chama a atenção de um executivo da EMI Music , que prontamente notificou a  Interscope para a gravação do Cd “ Light From Above” .



    O lançamento do Álbum, em 2009 , dá uma cara limpa e jovial ao Heavy Metal . Chovem elogios e a crítica delira com os vocais de Gabriel , demonstrando tanto talento tão prematuramente.

   Passado o alvoroço , os rapazes começaram  a gravar um novo disco: “Post Mortem”.  Para os que esperavam algo construído na linha do álbum anterior, a surpresa:  O álbum  foi todo delineado em experimentações do gênero Metalcore , que possuiu grande difusão nos E.U.A. Além do visual da banda ter mudado – Marketing, a alma do negócio –  os ouvidos ávidos pelos agudos de Gabriel encontram um murro na cara ao escutá-lo tentando amedrontar a todos com seus guturais.
  Mas, não, o Álbum não é ruim. Mas para uma banda que tinha tudo para ser a nova cara do Heavy jovem, bem trabalhado , têm muito a perder ao se tornar apenas mais uma figurinha na coleção de Metalcore.


O disco abre com a pesada “Ashes”. Com riffs fortes e bem definidos, a banda apostou na sonorização que se arrasta sem criatividade pelas bandas de metalcore. Com refrões frescos e melódicos, não causa aquela primeira boa impressão que alguém na posição deles deveria se preocupar em passar.  Na seqüência temos" Bury Me", talvez a melhor faixa composta para a obra dos rapazes. Com guturais alternados   e um composição melódica de arrepiar. Parece que , com esta faixa , os carinhas beberam da fonte do Hardcore . O que culmina numa experimentação interessante. Solo virtuoso e cadenciado.

 Logo após temos a decepcionante "Honest Eyes", que tenta ser uma balada pop sem muito sucesso. Dando a impressão que sua composição foi vomitada após uma má digestão. "That Fire" é moderninha com pretensão de desordeira. Não funciona com sua letra caquética e uma mentalidade de composição muito simples.


  “Fight Till the Bitter End” é a pior do disco, sem dúvida. Como uma simplicidade de música comercial de enojar qualquer um. Além do timbre de bateria ser muito ruim."Take it Easy” segue uma linha metódica e crua, mas sem competência, com riffs e batidas na linha “pula-pula”, e que não merece mais audições. “Lost in the Sound", com uma letra bem positiva, também não engrena, e literalmente faz você se sentir meio “perdido no som”, apesar de ter alguns riffs e solos bem interessantes.Em Walking Dead Man a banda mostra toda sua agressividade, mas cai num refrão meloso e arrastado . De que adiantou a porradeira e o peso dos versos?
Para fechar as cortinas temos “Into the Sky”, uma balada bem feita, “legal, legalzinha”, sem surpresas ou inovações.


A verdade é que não sei se a mudança na performance da banda foi apenas para apostar em algo mais da sua década, ou simplesmente por ser um caminho mais fácil, rentável e de rápida assimilação, como o MetalCore. De qualquer forma, Post Mortem é um bom disco já que, pras nuances do estilo, não deixa tanto a desejar. 


                                                                                               - Wanderson Duke Ramalho

Comentários
1 Comentários

1 comentários:

já pode editar e completar a matéria.. com a saída de 2 integrantes, mudança novamente de estilo musical e com uma demo com algumas músicas lançadas recentemente.
mas acho uma banda muito boa e que pode ser muito grande ainda.. vai depender deles.

Postar um comentário

Redes Sociais

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More